Na juventude o ser humano não vislumbra uma perspectiva do que é chegar a maturidade plena. Até porque, nessa etapa, não há pensamentos incorporados da presença da avançar da idade. Mesmo que seja comum a convivência com pessoas mais velhas, isso não faz parte das prioridades das reflexões dos jovens. Também não quer dizer que, por parte desses, não haja respeito e consideração as pessoas com idades mais avançadas.
Nesse sentido, exemplificando as afirmações supras mencionadas, mesmo que por longos intervalos tenha-se por perto a figura dos avós, os netos não são capazes de compreender as mais íntimas sensações desses, nem mesmo que haja ânimo viril em seus corações.
Os jovens são capazes de admirar e gostar do carinho, da atenção e dos cuidados que os avós dedicam a eles. Também, quando chegar o florescer da meia-idade, esses estarão aptos a guardarem em suas memórias grandes recordações dessa convivência salutar, que foi determinante as suas formações pessoais e afetivas.
De certo que os jovens não são condutores racionais do sentido que norteia a passagem da juventude para as outras fases da vida. A vida é um turbilhão de acontecimentos e o indivíduo vai se ajustando de acordo com a formação educacional que recebe, aliado por direcionamentos que lhes são peculiares.
Assim, os jovens são movidos por uma realidade efêmera que os rodeiam, e que se traduz por uma enorme alegria, fomentadora de dias de grande vitalidade, inerente a própria juventude. Como se essa fosse eterna e se prolongasse pelo resto de suas jornadas como seres viventes.
Não que isso seja uma ação negativa dos jovens… Todos os seres humanos passam por essa temporada em suas trajetórias, onde as suas habilidades construtivas são acrescidas de muitas satisfações, advindas de situações agregadoras dos seus cotidianos. São atitudes de quem tem pressa em crescer e que, de certa forma, pode ser entendida como egocêntrica e individualista, porém é isso que verdadeiramente interessa como lastro principal e fundamental às suas formações.
Nessa ótica, a juventude não é somente um momento único, estanque e pontual na vida do ser humano. É uma expectativa de continuidade da passagem do relógio do tempo e do próprio crescimento do indivíduo.
A juventude é um tempo muito rico de sentimentos, paixões e desejos que sintoniza fervorosa vontade de viver intensamente… Nesse período o sentido do perigo – medo – quase não existe, ou talvez para uns seja inexistente. O jovem precisa lançar mãos de asas imaginárias e criar oportunidades com destemida coragem, para adestrar seus voos até a mais alta maturidade. Muitos conseguem!
Hoje, quando se diz ser jovem, não está se referindo a uma fase única da vida, mais aquilo que o espírito humano agregou de toda a sua alegria da juventude propriamente dita, para a sua maturidade. É torna-se jovem na velhice aproveitando com olhos de amor os anos que foram vivenciados, não esquecendo a disposição aventureira saudável do jovem que foi um dia, que caminhou por muitas veredas…
É fazer como o jovem, não se entregando a amargura e ao pessimismo, quando o belo cerca a vida todos os dias…É reacender a fogueira do amor no coração em suas múltiplas facetas, não esquecendo que tudo é possível. Basta acreditar!
Em suma, o que se enfatiza no texto tem a ver com as expectativas do jovem, ao tempo de suas vivências… Mas, também, o forjar da emoção da jovialidade, mesmo sem a percepção refinada disso, enraizando-se em todas as outras fases da vida.
Imagem de arquivo pessoal.
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