Poesia

No Entanto É Natal By Liége Vaz

Finalmente chegou dezembro
E o coração mergulha em reflexões
Voltadas para os desafortunados
Aqueles que olham as árvores coloridas
Espalhadas pelas praças, residências e escritórios
Repletas de bolas multicoloridas cintilantes
Iluminadas por pisca-piscas que reluzem
Mas que não lhes é permitido viver a alegria
Da fartura do Natal e dos encontros afetivos…

Muitos estão perambulando em ruas frias e vaziasata
Alguns dormindo embaixo de marquises e viadutos
Distantes de suas famílias
Dos seus amigos
Dos seus lares
Apartados do aconchego dos abraços…

Largadas à própria sorte dos seus destinos
Crianças e idosos dormem em camas frias
Nos orfanatos
Nos asilos
Nos abrigos
Sem o fraternal amor dos entes queridos…

Outros estão presos em redutos carcerários
Ou abandonados em hospitais
Homens
Mulheres
Perdidos em si próprios
Com suas almas frias e inertes
Fruto das cruciais mazelas sociais
E dos descasos governamentais…

No entanto é Natal!
Mas sente-se uma esperança tristonha
Enegrecendo toda essa atmosfera
Com adereços intocáveis e inacessíveis
Empobrecendo o que nunca acontecerá
Onde o calor humano se perde no vazio
Pela insensibilidade dos esquecidos
Nessa noite especial cheia de brilhos
Em cujo amor não há congraçamento
Diante do menino Jesus mensageiro
Do advento da fraternidade entre os povos.

Direitos reservados Liége Vaz
Olinda,PE-BR – 13/dezembro/2017
Imagem do Google

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