Um vento sopra na mente recordações que se direcionam à estrada da vida. Arrepios causam tremor em todo o corpo, e lembranças velozmente são detonadas por contemplativas reviradas no passado.
Essas ocasiões estão repletas de cheiros e gostos imaginários, tornando-se vibrantes em todos os sentidos, como se estivessem perdidas por muitos anos na densa massa cinzenta.
Em um primeiro instante são indeléveis os pensamentos de outrora, fazendo com que as imagens da infância, juventude e maturidade se condensem rapidamente entre si. Porém, como o processo seletivo mental é contínuo, este tende a distinguir e catalogar as datas, momentos e aventuras antes vivenciadas.
Não há sombras de dúvidas que todas essas fases estarão presentes em toda a aurora da vida…
Em continuidade, emerge a capacidade de compreender que os anos voam como águias livres no céu… Por entre nuvens, tempestades e calmarias. Contudo, o barqueiro que conduz a memória, aquele que desce âncora das relembranças em vários pontos do tempo, nunca desembarca, apenas disponibiliza o que retém.
Esse guardião cuidadoso de todos os registros do conhecimento mental guardando-os como um tesouro, para que, em um dia qualquer, numa crise de explosão existencial avassaladora da alma, possa derramar todo esse relembrar prontamente, pondo-se a resgatar um tempo que está a salvo da destruição corrompida pelo esquecimento… Ou até que uma ranhura de confusões, produto dos devaneios da insanidade, comece a desencadear alheamentos irrefutáveis.
-Liége Vaz – 19/junho/2017 – Olinda/PE-BR.
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