Somente com o avançar da idade compreendi que viver é algo espetacular, desde que consigamos manter o equilíbrio entre o corpo e o espírito.
No entanto, para as mulheres, diferente dos homens, durante todas as fases da vida o organismo está em constante alterações, o que vem causar descompassos na forma de conviver com essas mudanças.
Hoje, penso nas agitações do dia a dia que ensejam transformações no temperamento feminino, principalmente no período da TPM (tensão pré-menstrual), quando os hormônios enlouquecem a maioria dos neurônios. Nesses momentos, deveríamos estar mais atentas a um maior controle interior, evitando explosões desnecessárias.
Lógico que o relógio biológico contínua o seu curso e chega-se a menopausa, que também se manifesta assustadora na maioria das mulheres. Por fim, é possível atravessar esse ciclo de tantas perturbações e transtornos… Ainda que diante de tantas oscilações de humor.
Aliando-se a tudo isso, a maior parte das mulheres, na fase adulta, assumem muitas responsabilidades conjugadas que se agregam a um somatório de obrigações corriqueiras, sobrecarregando muito o seu tempo. Nesse caso, muitas chegam a desenvolver todas as atribuições em quase três turnos… Trabalhos profissionais e pessoais (casa, filhos e esposo).
Relaxar, nem pensar! Folga, pior ainda.
No meu caso, em particular, foi exatamente quando cheguei a terceira idade que comecei a amar verdadeiramente a minha vida, compreendendo que há um tempo próprio para todas as coisas, inclusive com direito para continuar sonhando, e que essa coisa de destino foi uma forma “terapêutica” que os humanos encontraram para justificar os seus erros e acertos… Somos nós que escrevemos a nossa própria história, traçando a trajetória que vamos seguir.
Agora sei que me amo muito e posso afirmar que essa autoestima conquistada, mesmo diante de uma curva decrescente de expectativas, tem-me deixado mais tranquila, serena, alegre e preenchida por projetos de futuro.
É isso mesmo! Planos que florescem por caminhos importantes para mim… Muitos desses gratificantes e prazerosos… Isso mesmo! Atitudes que visam realizações.
Também, é possível viver intensamente um novo e grande amor, sem os impactos da arrojada ansiedade destemperada da juventude. Todavia, com jovial maturidade no coração entregar-se a alguém que compartilhe os gostos e os desejos de ser apenas “felizes para sempre”. Quem sabe!
Em suma, o prazer da vida consiste em atingir o clímax da existência com afinada sabedoria. Imbuído disso, permanentemente, será possível esquecer qualquer dor, por estar atraindo fontes de satisfação para o cotidiano, com possibilidades de longevidade.
A vida é boa de ser vivida, desde que temperada com os condimentos do ser feliz.
-Liége Vaz – 07/setembro/2017- Olinda/PE-BR.
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