O mar revolto anuncia tempos sombrios, e ondas ruidosas estouram nos quebra-mares dos arrecifes. Uma tempestade é anunciada no céu…
Nuvens brancas tonalizam a cor cinza e os ventos sopram velozes balançando as palmas dos enormes coqueiros, que se curvam para proteger suas raízes. Gaivotas voam rápidas e assustadas, buscando abrigo nos paredões das montanhas da costa. Em seus ninhos protegem suas crias, pois o instinto as aleta o que está sendo anunciando no horizonte…
Barcos furam ondas bravias em direção ao cais, trazem suas redes vazias de tempos difíceis. Assustados os marinheiros desembarcam e soltam as cordas no ancoradouro, correndo apressados… Crianças são rapidamente recolhidas por suas mães, que às pressas também tiram as roupas do varal que antes secavam. Deixam para trás brinquedos espalhados na grama verdinha de flores coloridas.
As ruas e as praças estão silenciosas, praticamente sem transeuntes. Poucos carros ainda circulam pela cidade e lojas encerram as suas portas, pois um deserto transformou o lugar. Ainda, pessoas caminham amedrontadas fugindo do barulho dos trovões e das grandes rajadas dos relâmpagos que marcam a sombria paisagem, avisando a proximidade de chuvas fortes e torrenciais.
Muitas folhas caem das árvores e rodopiam em espiral, flutuando e rastejando pelo chão… O som da tempestade é muito assustador! O ar tem um cheiro forte de umidade e um clima de ansiedade é sentido por todos… A chuva começa a cair com grandes pingos e, rapidamente, forma ligeiro aguaceiro no ambiente. Os bueiros transbordam deixando flutuar tudo que se acumulou neles… Muitos guarda-chuvas não conseguem se manter abertos e alguns são levados das mãos de seus donos.
Mas, subitamente, a sabedoria da natureza restaura a paz… Eis que tudo se acalma na beleza de um arco-íris colorido à luz do sol … Vai saber o porquê? Isso ninguém jamais saberá, pois a natureza é sábia e nos apresenta provas diárias disso.
Liege Vaz
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04/02/2017