Transitei por desertos de longos espinhos
Que fizeram sangrar a carne, dilacerando-a
Pisando em pedras pontiagudas no chão arenoso
Num tempo que transcorria sem sorrisos felizes
Em poço fundo de profundas amarguras
E dores cortantes.
Curvei-me sobre o céu, sem o brilho dos astros
Muitas vezes olhando o vazio existencial
Procurando uma saída da escuridão…
Observei o mundo com toda a sua grandiosidade
Desenterrei os lodos que impregnavam a minh’alma
Engavetados na mente, sem a concretude do ânimo
Arrebatada por períodos de longa tristeza…
Então, joguei-me em direção ao vazio da solidão incauta
Buscando reorganizar uma realidade de escape
No leito do esquecimento, em que me encontrava…
Reativei as memórias mais felizes da minha vida
Absorta no encantamento dessas vivências alegres
E na luz da coroa do meio-dia
O espelho d’alma resplandeceu
Criando forças das entranhas, restaurando-me…
Possibilidades, para todas as pedras, foram traçadas
Novos caminho surgiram…
Ergui-me pisando firme, sem tropeçar cambaleante
Derramei superação, para antigos males e rios de lágrimas
Finalmente corri ao encontro da felicidade…
Liège Vaz
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(poesia original 2017/ algumas modificações 2021)